Tinnitus

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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Dr Alexandre Cercal na ÓTV

O médico de Curitiba cedeu uma entrevista exclusiva para a rede de TV sobre o tratamento da enxaqueca com a toxina botulínica.

A enxaqueca é uma das dores de cabeça mais comuns e recorrentes no mundo. Acomete mais de 10% da população mundial e é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a 19ª doença no ranking de patologias incapacitantes. A enxaqueca, ou migrânea, é uma dor que acontece na forma de crises que duram de quatro a 72 horas e que podem se repetir algumas vezes no mês. Porém, quando a dor passa a ser mais frequente, o diagnóstico deve ser modificado para Migrânea Crônica e o tratamento segue uma orientação diferente.

Na prática, os especialistas consideram como enxaqueca crônica qualquer cefaléia crônica diária, ou seja, com mais de 15 dias de dor nos últimos três meses. É constatado que cerca de 2% da população brasileira sofre com essa forma de enxaqueca crônica, e são nesses casos que, desde julho de 2011, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou a aplicação da toxina botulínica tipo A, como forma de exterminar a forte dor de cabeça.

Adepto da técnica da aplicação da toxina botulínica para tratamento de enxaqueca, e especialista no assunto, o Dr. Alexandre E. S. Cercal, otorrinolaringologista e membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervico-Facial, cedeu uma entrevista exclusiva à ÓTV, emissora filiada a Rede Globo no Paraná, em que pôde explicar detalhadamente esse processo. Além disso, o doutor usou um exemplo verdadeiro de uma paciente que sofria de enxaqueca crônica e foi submetida ao tratamento com a toxina botulínica. “Segundo o marido dela, ela virou outra pessoa. Ficou mais bonita e enfim ficou sem dor de cabeça, podendo aproveitar melhor a sua vida”, comenta Cercal.

A toxina, aplicada com uma ampola em várias partes da cabeça e pescoço, pode substituir ou reduzir o medicamento preventivo da enxaqueca. Segundo o doutor, essa nova função médica da toxina relaxa os músculos e alivia a pressão e as fortes dores sentidas pelos pacientes.

Ele ainda lembra que desde o começo do tratamento o paciente deve conversar com o médico sobre as suas expectativas e prestar atenção nas contra-indicações e possíveis efeitos adversos. “A toxina botulínica não deve ser utilizada para outros tipos de dores de cabeça que não a migrânea crônica, pois ainda não existem estudos que comprovem sua eficácia e segurança nestes casos” alerta o médico de Curitiba – PR.

Confira a entrevista que o Dr. Alexandre Cercal concedeu na ÓTV na quarta-feira, 17 de abril, para explicar e esclarecer maiores dúvidas sobre o assunto.


Link:
http://www.otv.tv.br/programa/revista-curitiba/revista-curitiba-17-de-abril-de-2013

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Os jovens e o descaso com a própria saúde

No "Dia Mundial dos Jovens", o que chama a atenção são os problemas de audição que aparecem cada vez mais cedo

A juventude, segundo a Assembleia Geral das Nações Unidas, é a fase que acontece entre os quinze e vinte e quatro anos de idade, em que o jovem começa a apresentar sinais de maturidade diante da vida. Os jovens representam mais de um terço da população mundial, e, com isso, ganharam no calendário um dia especial dedicado a eles: o dia 13 de abril. O “Dia Mundial dos Jovens” serve para trazer a tona questões que devem ser discutidas e que envolvem principalmente essa faixa etária. Temas como educação, sexualidade, violência e, claro, saúde, são alguns dos mais visados.

Porém, o tema saúde muitas vezes é deixado de lado erroneamente. “Muitos jovens acreditam que, pelo simples fato de estarem nessa faixa etária, são imunes a problemas de saúde”, comenta Alexandre Cercal, Otorrinolaringologista e membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervico-Facial, de Curitiba. Eles estão errados. A prova disso é que em estudo realizado nos EUA, foi constatado que problemas auditivos em jovens entre 12 a 19 anos estão se tornando cada vez mais comuns. O estudo comparou pesquisas feitas no início da década de 90 e meados dos anos 2000 e acabou revelando que em 15 anos, o caso de problemas auditivos nos jovens havia aumentado em 30%.

“O uso de reprodutores de música com um volume superior aos 80 decibéis está provocando um aumento dos problemas de audição nos jovens, e um dos motivos é a capacidade das baterias, por exemplo, dos Ipods, que duram quase um dia inteiro, ininterrupto. Outra questão são os fones de ouvido mais modernos, que são de uso interno e causam mais problemas do que os antigos que somente cobriam os ouvidos”, comenta o especialista. Ele explica que os fones de inserção são mais perigosos porque potencializam o som. Quando a fonte sonora é externa, há uma perda de energia vibratória no caminho entre ela e o ouvido, mas com o fone dentro do ouvido, não há essa perda.

Outra questão que envolve principalmente essa faixa etária são pessoas que vão para baladas e shows e, depois de saírem do local, permanecem com apitos, assobios ou barulhos no ouvido que permanecem ali durante horas. “Quando qualquer coisa nesse sentido acontece, é mais do que aconselhado que o indivíduo procure um especialista para iniciar um tratamento preventivo com o objetivo de evitar o surgimento de zumbidos, que, se não tratados com cuidado, podem chegar a ser crônicos”, alerta Cercal.

Além desses ruídos, ainda existem aqueles que são causados por explosões ou fogos de artifício, que provocam um som muito intenso e rápido e podem causar trauma acústico e até perda de audição súbita. “Ficar exposto a esses ruídos também lesiona as células auditivas, e o processo da perda de audição, causado naturalmente pelo envelhecimento, pode ser acelerado, ou seja, as células morrem antes do tempo e a perda é percebida mais cedo”, observa o especialista. 

Alexandre Cercal comenta que, para preservar a audição não é preciso muita coisa, apenas cuidado e atenção. “Fique atento à altura do som que está ouvido e ao tempo que ele dura, a gravidade da possível lesão depende da combinação entre tempo de exposição, intensidade (altura) e da suscetibilidade de cada pessoa. Se for ouvir música com fones de ouvido, como regra geral 85 decibéis, durante oito horas diárias, é a intensidade e o tempo máximos de exposição que o ser humano suporta sem ser prejudicado. E lembre-se as lesões causadas pelo uso contínuo e alto volume de Ipods e MP3 players em geral não são reversíveis”. O doutor explica que no início do abuso existe uma perda de audição transitória, que se recupera após um "descanso" auditivo. Porém, após algum tempo, essa recuperação não acontece mais, e a perda de audição vai se tornando progressivamente maior. “Portanto, prevenir é sempre o melhor remédio”, conclui Cercal.